Dia da Conscientização Contra a Obesidade Infantil; Uopeccan alerta sobre os riscos

Não é de hoje que a preocupação com o peso existe, ainda mais quando estamos falando de uma criança. A obesidade infantil é considerada um dos maiores problemas a serem enfrentados quando o assunto é saúde pediátrica.

Segundo o Ministério da Saúde, o relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, aponta que, até meados de setembro de 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade.

O tema é sério, afinal, uma criança obesa pode desenvolver doenças graves mais cedo que o normal, reduzindo até mesmo a expectativa de vida. Além disso, muitas não conseguem nem fazer coisas simples da infância, como brincar.

Mas afinal, quais são os fatores que levam a obesidade infantil?

Para responder a essa e outras perguntas, conversamos com a nutricionista da Uopeccan, Bruna Caroline de Lima Schemberg. A profissional esclareceu as principais dúvidas sobre o assunto e ainda, deixou dicas para os pais.

Confira:

Quais são as causas da obesidade infantil?

A obesidade é uma doença multifatorial. As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores como: hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre outros.

Quando uma criança é considerada obesa?

Se uma criança tem seu peso 25% maior que o desejável para sua idade, ela tem o sobrepeso, que é muito próximo da obesidade. Quando o excesso de peso ultrapassa 30% do peso desejável para a idade, chamamos de obesidade.

A obesidade contribui para o surgimento de outras doenças. Como podemos evitar?

Sim, pode levar a hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, diminuição do hormônio do crescimento, distúrbios respiratórios e problemas ortopédicos.

Para evitar precisamos adotar algumas práticas:

  • Evitar, precocemente, alimentos sem suporte nutricional, como açúcares;
  • Incentivar a prática física desde cedo, para que sejam realizadas de forma prazerosa;
  • Estimular hábitos saudáveis à mesa, sem a utilização de eletrônicos;
  • Respeitar a saciedade da criança.

Como identificar que uma criança está acima do peso?

Pelas curvas de crescimento da OMS.

  • Quando peso por idade for maior que Escore – z +3: peso elevado
  • Quando peso por estatura for maior que Escore – z +2 e menor que Escore – z +3: sobrepeso
  • Quando peso por estatura for maior Escore – z + +3: obesidade
  • Quando IMC por idade for maior Escore – z +2 e menor que Escore – z +3: sobrepeso
  • Quando IMC por idade for maior Escore – z + +3: obesidade

Quais são as dicas para os pais que tem dificuldade em inserir uma boa alimentação no dia a dia da criança?

  • Primeiramente, adotar hábitos saudáveis para a família toda;
  • Ter opções práticas para que a criança tenha acesso aos alimentos saudáveis como frutas já lavadas e cortadas, bolo tipo cupcake saudável, ovo cozido, cenoura ou pepino cortado em tiras, etc;
  • Evitar comprar alimentos industrializados em excesso;
  • Incluir brincadeiras relacionadas a prática saudável;
  • Se possível, procurar uma nutricionista infantil para avaliar a necessidade da criança e elaborar estratégias.

 

Obesidade infantil: problemas que vão além do “estar acima do peso”

Sabemos que a obesidade infantil não afeta somente a saúde das crianças, mas sim, a autoestima. Por isso, falar sobre esse tema, é ajudar a evitar que os pequenos passem por problemas psicológicos e agravem, ainda mais, a situação em que se encontram.

Para falar sobre essa perspectiva da obesidade infantil, conversamos com o psicólogo da Uopeccan, Claudecir Verli, Confira!

Quais são as consequências enfrentadas por uma criança obesa, além da questão das doenças?

A criança com obesidade pode desenvolver questões psicológicas e sociais que requerem muita atenção. Diversos casos apresentam dificuldades de relacionamento com os colegas e até mesmo com os familiares, comprometimento da autoestima, transtornos psicológicos decorrentes da condição, bullying, preconceito, rejeição dentre muitos outros.

A obesidade infantil ainda é carregada por estigmas e pode conferir diversas consequências negativas sobre o desenvolvimento da criança. A ajuda profissional, o suporte familiar, a escola e toda a sociedade devem conferir auxílio na superação dos desafios biológicos, psicológicas e sociais.

Em uma era de tanta tecnologia, em que vídeos games, tv e, principalmente, o celular, acabam “prendendo” as crianças dentro de casa, qual sua recomendação para que isso seja evitado e as crianças comecem a realizar mais atividades e brincadeiras ao ar livre?

Várias são as recomendações diante de situações assim, como: estabelecer acordos quanto a duração e o horário de uso, promover maior entretenimento, com visitas aos amigos e familiares, pequenos passeios e viagens, estimular o contato com a natureza e o local onde moram, incentivar a prática de atividades físicas, caminhadas e ciclismo, desenvolver o hábito pela leitura, de preferência na companhia dos pais/cuidadores e sobretudo, valorizar os momentos em que estão juntos e que rendem muita interação e trocas.

Em 2024, realizamos 488.226 atendimentos, em dados mais precisos, foram 159.811 consultas, 116.232 exames, 20.612 internamentos e pronto atendimento, 126.714 atendimentos multidisciplinares (nutrição, serviço social, fisioterapia, odontologia, psicologia, fonoaudióloga), 34.445 radioterapias, 18.919 quimioterapias e 10.979 cirurgias. Além disso, o hospital é habilitado para fazer transplantes de fígado, 219 desde 2018, medula, 293 transplantes desde 2009 e em janeiro de 2025, realizamos os dois primeiros transplantes de rim. Quando falamos em números de refeições servidas pelo Complexo Hospital e Casa de Apoio, foram 391.551.